por
Rodrigo Toledo
Muita gente que conhece a mim e ao meu trabalho como apologista me questiona sobre o porquê de os apologetas modernos não mais concentrarem seus textos e suas palestras nas seitas. Em vez disso, voltaram sua atenção e seus ataques a denominações tidas pela maioria como evangélicas. Seria uma inversão de valores? Será que perdemos o foco? Teríamos nos tornado anti-denominacionais?
Bem, para responder a essa questão escrevi o texto abaixo que ilustra de maneira parabólica o que realmente aconteceu com os apologetas, digo, com os "Sombras de Genebra". Aprecie sem moderação:
Muita gente que conhece a mim e ao meu trabalho como apologista me questiona sobre o porquê de os apologetas modernos não mais concentrarem seus textos e suas palestras nas seitas. Em vez disso, voltaram sua atenção e seus ataques a denominações tidas pela maioria como evangélicas. Seria uma inversão de valores? Será que perdemos o foco? Teríamos nos tornado anti-denominacionais?
Bem, para responder a essa questão escrevi o texto abaixo que ilustra de maneira parabólica o que realmente aconteceu com os apologetas, digo, com os "Sombras de Genebra". Aprecie sem moderação:
Num
Reino não muito distante, chamado Lar, famoso por ter apenas uma única fonte d’agua
potável, reinava o Grande Rei Eussou, também conhecido como Rei dos reis. Ostentava
a melhor das reputações, por sua misericórdia e justiça impecáveis, e seu caráter
impoluto.
Tornou-se
mundialmente admirado quando do episódio envolvendo o agiota que veio cobrar
uma dívida impagável contraída por todos os habitantes daquele Reino e que,
segundo as 613 cláusulas do contrato assinado, os devedores deveriam sanar
aquela dívida com a própria vida. E o Grande Rei, juntamente com seu Bondoso Filho, o Príncipe Messias, ricos em misericórdia para com
seus servos, decidiram entre si como sanariam a dívida, entregando ao agiota o sangue real do Manso Príncipe, liquidando a dívida e devolvendo àquele povo a vida e a esperança.
Fato
é que o Rei designou capitães a fim de que distribuíssem a água de forma digna
e igualitária, além de generais e ministros que garantiriam a gestão e pureza da mesma.
Dentre outras tantas tarefas, designou uma tropa de elite especializada em combate fronteiriço – o batalhão “Sombras de Genebra” -, nome dado em honra a quatro antigos combatentes, cujas estatuas erigem-se na Praça Central, em cujas sombras descansa o Sagrado Saltério do Rei, o qual teve a sua capa forjada com o metal do escudo dourado do Benevolente Príncipe Messias.
Altamente treinados, os "sombras" deveriam posicionar-se em seus postos, de costas para as terras do Reino, voltando seu foco para as corruptas nações vizinhas, evitando assim a invasão de espiões estrangeiros enganadores, bem como a evasão de larianos desavisados. Sob o sol causticante do estio; ou sob a luz inebriante da lua; até mesmo sob maciça tempestade de neve do castigante inverno lariano; estavam prontos para combater e proteger. Devido à bravura desses soldados, e ao perigo a que eram expostos, foram apelidados de “As Mil Lâminas do Rei”.
Dentre outras tantas tarefas, designou uma tropa de elite especializada em combate fronteiriço – o batalhão “Sombras de Genebra” -, nome dado em honra a quatro antigos combatentes, cujas estatuas erigem-se na Praça Central, em cujas sombras descansa o Sagrado Saltério do Rei, o qual teve a sua capa forjada com o metal do escudo dourado do Benevolente Príncipe Messias.
Altamente treinados, os "sombras" deveriam posicionar-se em seus postos, de costas para as terras do Reino, voltando seu foco para as corruptas nações vizinhas, evitando assim a invasão de espiões estrangeiros enganadores, bem como a evasão de larianos desavisados. Sob o sol causticante do estio; ou sob a luz inebriante da lua; até mesmo sob maciça tempestade de neve do castigante inverno lariano; estavam prontos para combater e proteger. Devido à bravura desses soldados, e ao perigo a que eram expostos, foram apelidados de “As Mil Lâminas do Rei”.
Sempre
que um incauto cidadão lariano era seduzido pelos perfumes e cores das terras vizinhas, um sombriano lhe barrava, mostrando-lhe as armadilhas com estacas punji,
fazendo-o compreender as diferenças entre os terrenos e climas, convencendo-o a voltar
para Lar.
Passaram-se
muitas décadas, e em todo esse tempo os “sombras”, tendo a fronteira como assoalho, olharam
atentamente para fora, prontos a empunhar suas espadas pela proteção do
povo lariano, comprado com o sangue do Bondoso Príncipe Messias.
Mas,
certo dia, algo incomodava o coração de um “sombra”, e este resolveu olhar para
trás, para dentro. E o que ele viu foi a constatação da pior de todas as
notícias a que se pode dar a um homem. Seus olhos viram a profanação e a
desobediência. Um tenebroso calafrio subiu-lhe a espinha, podia sentir o pulsar do coração nas extremidades de seu corpo.
Assustado e hesitante, caiu sobre os joelhos. O raciocínio fugia-lhe a mente, e
a única coisa em que pôde pensar em fazer era gritar... e gritou, a plenos
pulmões.
Nesse
momento, todos os “Sombras de Genebra” olharam para dentro. Diante de seus olhos estava uma aberração mais assustadora que qualquer exército já enfrentado naquele Reino. A água lariana estava contaminada, e por conseguinte, o povo estava doente, cambaleante e debilitado. Os ministros, generais e capitães se venderam ao inimigo, dominando a fonte e adulterando a água. Traíram o Rei!
Oh, quem dera houvesse, naquele dia, lágrimas curadoras para os cidadãos de Lar. Quem dera houvesse fácil solução advinda dos céus. Quem dera à pedra das estátuas dos Quatro Guerreiros Genebrinos tornar-se em carne, e que revivessem afim de tomar a frente dessa batalha!
Oh, quem dera houvesse, naquele dia, lágrimas curadoras para os cidadãos de Lar. Quem dera houvesse fácil solução advinda dos céus. Quem dera à pedra das estátuas dos Quatro Guerreiros Genebrinos tornar-se em carne, e que revivessem afim de tomar a frente dessa batalha!
O
estado dos larianos era pior do que os de fora. O que acontecia dentro do Reino
era mais repulsivo que as impiedades cometidas nas corruptas terras vizinhas.
Imediatamente os "sombras" reagruparam-se e correram para o interior do Reino, declarando em nome do Rei, estado de calamidade. O comandante do batalhão bradou “às armas!”, e ouvia-se, a partir de então, o som das espadas abandonando suas bainhas. Ao levantarem o escudo à altura do rosto, podiam ler, no lado de dentro, uma antiga inscrição de autoria do Amado Príncipe que dizia “Aos vendilhões, o azorrague!”.
Além do vento forte que vinha do norte, ouvia-se a voz rouca do oficial sombriano:
Imediatamente os "sombras" reagruparam-se e correram para o interior do Reino, declarando em nome do Rei, estado de calamidade. O comandante do batalhão bradou “às armas!”, e ouvia-se, a partir de então, o som das espadas abandonando suas bainhas. Ao levantarem o escudo à altura do rosto, podiam ler, no lado de dentro, uma antiga inscrição de autoria do Amado Príncipe que dizia “Aos vendilhões, o azorrague!”.
Além do vento forte que vinha do norte, ouvia-se a voz rouca do oficial sombriano:
- “Ouçam, nobres guerreiros! Durante anos
estivemos a serviço do Grande Rei, para o qual juramos lealdade. E pelo que
vimos, o Rei foi traído. Os ministros, generais e capitães preferiram dinheiro sujo à água
limpa. A muito tempo, o Rei Eussou entregou a vida do próprio Filho afim de nos
poupar, e chegou a hora de demonstrar-lhe a gratidão que temos. Iremos manter
nossa honra e nosso juramento, e se preciso for, marcharemos em direção a morte pela causa! Mandem
o atalaia soar o alarme! Fechem os portões! Ordenem imediatamente que não se
beba mais dessa água até reconquistarmos e restaurarmos a fonte. Cada homem e
mulher de Lar deve correr para suas casas! Homens!!! Refaçamos o juramento!”
Cada
guerreiro colocou sua espada sobre o próprio pescoço, bradando em uníssono: “Amo
meu Rei, e seu Bondoso Filho, e juro ofertar minha vida à Ele e seu Reino. Na
noite mais tenebrosa, na batalha mais sangrenta, estarei lá, defendendo a honra
de meu Rei. E se eu não cumprir o juramento, que essa espada caia sobre meu
pescoço.”
Colocaram seus elmos, cujo metal gélido insistia em
discordar de suas bochechas quentes e ruborizadas. Seus corações ardiam de amor e fidelidade ao Rei. A impetuosidade de seus olhares era quase palpável, podiam com ela incendiar uma chuva torrencial! Avançaram contra os déspotas traidores, em nome do Rei.
-
“Homens!!! A partir de hoje, esses falsos larianos sentirão o sabor das “Mil
Lâminas do Rei”. Está aberta a temporada de caça aos traidores!”
***